sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Poeira e Teias de aranha




Hoje pela manhã senti um cheiro de mofo incrível. Um cheiro acre, nauseante, enjoado, que me revirou o estômago, fazendo ele dar mais saltos que trapezistas em época de circo novo na cidade. E mais uma vez perguntas sem respostas voltam a circundar minha mente, ainda tão ociosa devido a períodos carnavalescos, ao qual não sou muito adepto. Mas enfim, sem mais delongas. Por que afinal o passado nos persegue tanto? por lei de atração? (afinal, quanto mais se pensa nele, mais você o chama para perto de si) ou por puro azar? Ora qual, acredito eu que pelo simples fato de o passado ainda não poder ser assim chamado. Creio que quando coisas insistem em permanecer em nossas vidas, é porque elas são muito mais presentes do que julgamos. E Qual a saída? (indago-me ao som de Bicho Maluco Beleza que está a tocar em festa diante de minha casa) resolvê-lo. E como? se o soubesse provavelmente já teria feito ao invés de estar aqui escrevendo. Seria muito mais fácil se pudéssemos calcular o limite, derivar, integrar, e olhar o gabarito no verso do livro do Stewart, mas não podemos. Sou vítima de mim mesmo, de minhas escolhas, de meu destino (já que ele é escrito por nossos passos e são como a nossa sombra ao sol do meio dia, a qual não podemos nos desvencilhar, como diria certa prima minha a qual tenho grande estima). Mas certamente tenho como escudo a crença em dias melhores, em dias de sol, em dias de Carnaval, por que não? Que eliminemos o cheiro acre, que fechemos o baú das memórias amargas, que seja decretado o fim do mofo. Que subamos as ladeiras de Olinda a esbravejar o emocionante hino do elefante, exaltando as belezas naturais de tão formosa cidade. Que saudemos Vossa Majestade, o rei Momo. E que ponhamos um ponto final nesta história.

5 comentários:

  1. Se eu dependesse de calcular o limite, derivar, integrar o passado para entendê-lo, estaria destinada a ignorãncia eterna, ok? então acho melhor mesmo que ele siga nossos passos, sabe? porque quanto mais avançamos, mais ampla fica nossa visão... como se fosse uma subida, e ao final dela, tudo parecesse menor e mais simples. Acredito que o mesmo acontece com o passado... à medida que o tempo passa, os problemas vão se tornando menores, as mágoas mais brandas e cicatrizes, aprendizados.

    PS: estou me sentindo, com essa minha ilustre presença no seu texto. =P
    Beijo enorme:*

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  2. Ótimo texto... Lembra-me até do que falava Úrsula Iguarán (personagem de Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez): O Tempo dá voltas.

    Sabias palavras.

    Bom dia.

    P.S.: Meu blog está (quase) pronto.

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  3. Visitei meu Baú Hoje,pensei que o mofo estaria maior, que as coisas estariam mais esquecidas.Mas vi que não, senti como se ainda pudesse usar um dia tudo aquilo q eu Guardei, pra tentar esquecer.
    Doce Ilusão.Fechei-o novamente, quem sabe futuramente ele esteja no passado.

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  4. As Vezes é bom fazer uma faxina em nosso Baú e guardar só as lembraças da família, infância e dos bons e verdadeiros amigos. O meu etá repleto dessas boas lembraças, o que não é isso nem guardo mais, jogo fora logo. Parece frio mas, não, é a vida mesmo que nos ensina a sermos mais práticos e darmos o devido valor aos que e o que permanecem...
    Lindo Blog!

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