sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

"Eu não sei nem um décimo (1/10) do que Einstein sabia, e nem por isso vou desistir da Física."



Foram estas as palavras ditas pelo meu tão sábio e igualmente amigo Mário, estudante de Bacharelado em Física. Diante de tantas dúvidas que povoam meu âmago, diante de tantas incertezas cruéis, misturadas a ansiedades que insistem em deslocar o meu equilíbrio (quimicamente falando), as palavras proferidas por tão estimada pessoa caíram tal qual um raio, iluminando a tempestade e acordando minha consciência que dormia sob efeito de tão agradável clima chuvoso. E daí se eu tenho uma prova de conservatório pra fazer dentro de 4 meses? E daí que esta é minha única chance de estudar violino nesta mesma instituição? E daí que eu posso estar concorrendo com pessoas muito mais experientes? E daí se a Orquestra Sinfônica Jovem do CPM (que não é o Colégio da Polícia Militar, e sim o Conservatório Pernambucano de Música) toca absolutamente bem, e que eu morro de inveja dos violinistas de lá? Eu só não posso entrar, como hei de entrar, e tocar na Orquestra Jovem, e futuramente, ser o spalla da Orquestra Sinfônica do Recife. Afinal, não tenho muito conhecimento musical, mas tenho algo muito mais importante: força de vontade e paixão, que correm por minhas veias fazendo com que o universo gire ao meu favor. Pois bem, posso não tocar, nem em sonho, um décimo (1/10) do que Mozart tocava, mas com certeza hei de chegar lá. E que o Conservatório me aguarde...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Domingo


Abro os olhos, sinto o cheiro da comida da minha mãe. A comida dela, me faz lembrar de como ela tem prazer em cuidar de mim, cuidar de nós. De como ela já passou noites acordada só porque eu estava com uma leve febre. Das palavras dela me desejando boa sorte, enquanto eu estava nervoso com uma prova de vestibular. De como ela chora quando eu choro, e de como ela vibra quando eu vibro. Do quanto ela quer me ver feliz, sem saber, que ela é um dos principais motivos de minha felicidade. Felicidade me faz lembrar de meu pai, do que ele fazia para eu dormir quando criança, das piadas muitas vezes sem graça, e repetidas, mas que ele faz com tanto empenho. Do som do violão, das notas repetidas, do mesmo violão que ele me ensinou a tocar. De Gilberto Gil, dos Beatles, de Alceu Valença, de Renato e seus Blue Caps. Me faz lembrar que encima de um palco eu quero ser grande como ele. Grande... tamanho me lembra minha irmã, que é pequena, mas de um amor imensurável. Faz-me lembrar brincadeiras de criança, piadas insanas, horas de risos... dá-me saudades, saudades de tempos passados, mas nunca esquecidos. Afinal, ela está em mim, assim como estou nela. A minha felicidade são os brilhos dos olhos dela, o meu canto é a sua voz me chamando de "nego", e a minha vida é o calor do seu abraço. Abraço me faz lembrar de meu irmão, que dificilmente nos dá um, mas que no fundo, é de um coração incrivelmente bom. Ele me faz lembrar de quanto nós brigávamos, e de quanto nós brincávamos, do videogame à bola. De que foi com ele que comi pipoca pela primeira vez no cinema. E de que hoje sinto falta dele, mas ao mesmo tempo, estou feliz, porque sei que ele está feliz. E tudo isso me faz lembrar que nos domingos nos reuníamos na casa de vovó, e comíamos da comida da minha mãe, ouvíamos as piadas do meu pai, e que minha irmã e eu nos juntávamos para perturbar nosso irmão. E se fomos felizes? Sim, e ainda somos. Porque por mais que o tempo insista em passar, e a distância tenda a aumentar, Domingos há em toda a semana, e é toda semana que continuamos a nos amar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Poeira e Teias de aranha




Hoje pela manhã senti um cheiro de mofo incrível. Um cheiro acre, nauseante, enjoado, que me revirou o estômago, fazendo ele dar mais saltos que trapezistas em época de circo novo na cidade. E mais uma vez perguntas sem respostas voltam a circundar minha mente, ainda tão ociosa devido a períodos carnavalescos, ao qual não sou muito adepto. Mas enfim, sem mais delongas. Por que afinal o passado nos persegue tanto? por lei de atração? (afinal, quanto mais se pensa nele, mais você o chama para perto de si) ou por puro azar? Ora qual, acredito eu que pelo simples fato de o passado ainda não poder ser assim chamado. Creio que quando coisas insistem em permanecer em nossas vidas, é porque elas são muito mais presentes do que julgamos. E Qual a saída? (indago-me ao som de Bicho Maluco Beleza que está a tocar em festa diante de minha casa) resolvê-lo. E como? se o soubesse provavelmente já teria feito ao invés de estar aqui escrevendo. Seria muito mais fácil se pudéssemos calcular o limite, derivar, integrar, e olhar o gabarito no verso do livro do Stewart, mas não podemos. Sou vítima de mim mesmo, de minhas escolhas, de meu destino (já que ele é escrito por nossos passos e são como a nossa sombra ao sol do meio dia, a qual não podemos nos desvencilhar, como diria certa prima minha a qual tenho grande estima). Mas certamente tenho como escudo a crença em dias melhores, em dias de sol, em dias de Carnaval, por que não? Que eliminemos o cheiro acre, que fechemos o baú das memórias amargas, que seja decretado o fim do mofo. Que subamos as ladeiras de Olinda a esbravejar o emocionante hino do elefante, exaltando as belezas naturais de tão formosa cidade. Que saudemos Vossa Majestade, o rei Momo. E que ponhamos um ponto final nesta história.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Stand By




Sabe aquela sensação de "minha vida está parada" ou "nada me acontece"? Eu sei. O pior é quando vem aquele seu velho amigo(a) e pergunta: "então, conta as novas." e você é obrigado a dizer: "nada de importante." (ainda correndo o risco de seu amigo pensar que você não quer conversa, ou de ele tocar em assuntos como o clima, já que todos recorrem a ele quando não se tem o que falar). Estamos em Stand By. Antes de nos queixarmos , deveríamos pensar que este é um bom momento para pensarmos em nós mesmos, para pensarmos em o que fizemos, o que aprendemos, e o que ainda faremos. Além disso, é a hora exata de deixar coisas antigas irem embora para as novas chegarem. É sempre bom reavaliarmos nossos conceitos, para estarmos cientes de que quando o momento de turbulência voltar, estaremos prontos para enfrentarmos os desafios, e o mais importante, sem nos perdermos de vista, sempre acreditando em nosso potencial... e aqui estou eu, em Stand By. Não só esperando, mas me preparando para um mar de rosas, ou uma batalha sangrenta, que será o desfeche de minha vida. Seja lá como for, vou pensando, articulando, bolando estratégias, e usando o que há de melhor dentro de nós: o cérebro. Por isso, quando seu amigo lhe questionar mais uma vez, diga que está em Stand By, acho que isso já responderá tudo (e sem causar mau entendido). E não se esqueça: quando está tudo muito calmo, é bom desconfiar...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Recomeço


Então é dado por encerrada mais uma temporada de férias. A insatisfação humana é tamanha, a ponto de eu ainda me recordar claramente os instantes o qual ansiava por elas... hoje aguardo com bastante otimismo o fim das mesmas. Mas antes que te perguntes, meu estimado e raro leitor: "como podes esperar pelo fim das férias, se são elas tão formidáveis?". Hei de concordar com vocês, a mim, nada mais me agrada que a irresponsabilidade deste período. Não há nada melhor que dormir tarde, acordar tarde, não ter que pensar em provas e trabalhos e fadigas diárias. Mas convenhamos, é ótimo voltarmos a ativa, percebermos que estamos caminhando, que estamos galgando um futuro projetado para nossas vidas, e para mim, tudo isso tem um toque especial. Nova faculdade, ou continuação de uma anterior que fora deixada de lado, pessoas novas, novos ares, que refletirão em minha vida como algo mais sadio. Nada mais de horas dentro de um ônibus, nada mais de cansaço descontrolado, e sim, uma vida acadêmica repleta de horários disponíveis para total dedicação. Aulas de violino, que particularmente é o que mais me agrada, com possível e provável ingresso em conservatório. Regresso, se minha saúde permitir, a esportes que são de suma importância para minha pessoa. Enfim, pode ser que mais uma vez a insatisfação humana volte a me aturdir, mas o fato é que se isso acontecer, o final do ano virá, e novos projetos e metas serão traçados, afinal, é isso que fazemos, mesmo que involuntariamente, desde pequenos. As férias estão no fim, é como se a noite de céu estrelado que nos rende um bom sono esteja acabando (e não duvide você da minha capacidade de ter um bom sono), e olhe lá, já é a aurora! e com ela todo calor e beleza do sol que há de nos proporcionar a força e a energia necessária para vencermos obstáculos que nos serão impostos. Portanto, coragem, e um notável ano para nós todos.