quinta-feira, 2 de julho de 2009

Senhora


Senhora dona do meu canto, de meus arpejos, dos meus agudos e graves. Senhora dona dos meus sonhos, dos meus anseios, dos meus medos e da minha felicidade. Senhora causadora das oscilações que povoam meu ser. Ah, se meus cavalos falassem, eles certamente diriam que é atrás de ti que eles correm com tanto firmeza, que o teu toque é como o vento a alisar os cabelos, e que teu sorriso, é a aurora dominical, convidando os pássaros ao gorjeio. Senhora do gelo e do fogo, senhora inquisidora de minha alma, ora cruel, ora piedosa. És capaz de ligar-te a uma pessoa só por toda tua vida? Eu serei essa pessoa. Eu serei teu violinista, violonista, poeta, cantor. Serei teu amigo, teu ouvido, teus olhos, teu amor. Serei o ponteiro do relógio a contar o fim dos tempos, a gota de água a perturbar teu sono e, em cada cavalo que montares, lá estará, um pedaço do teu senhor.