quinta-feira, 25 de junho de 2009

Vitrolas



- Vamos dançar?
- Qual música eu boto?
- A nossa...

Então a moça, de sorriso radiante, de feições angelicais, com o verde da flora nos olhos, e com a misteriosa noite escura nos cabelos, se utiliza de seu delicado toque, para selecionar a música na vitrola ao canto do salão. "Como seu dedo é macio" pensaria a vitrola. Esta máquina já viu tantos corações baterem ao ritmo ditado por ela, tantos pés quase que se automatizarem diante da melodia emitida por ela, tantos casais tornarem-se um só ao som da dança. Moças bonitas, apaixonadas por seus companheiros, chegam, escolhem a música, dançam, e vão embora... esquecendo que foi a vitrola que proporcionou momento tão mágico. Todas amam. Mas quem ama a vitrola? Pobres vitrolas que vivem a cantar o amor dos outros, mas não tem o direito de serem amadas...

2 comentários:

  1. Se aos menos as vitrolas pudessem sonhar, não é? Talvez elas até encontrassem os amores que nunca tiveram.
    Acho que, afinal, você está certo. Deus sabe o que faz, nós que não sabemos o que dizemos. Amar as vezes dói tanto, né? E nós até chegamos a fazer queixas. Mas basta pensar nas vitrolas pra perceber que a dor maior é daqueles que não conhecem o amor.
    Que bom que você está de volta primo meu.
    Faça das palavras de Mário as minhas - apenas de forma mais sutil. =P
    Grande beijo. Dessa vez um beijo com saudade :)

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