quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Bomba-relógio
Não há mais tempo.
Não temos tempo de ter tempo.
Não podemos mais pedir tempo ao tempo,
Pois o mesmo tempo exige cada vez mais tempo do nosso precioso tempo...
E se corrermos?
E se fugirmos?
Perderemos tempo...
Diria uma certa campanha publicitária:
"Congelem o tempo!"
Mas talvez sua geladeira não seja assim, uma Brastemp...
E como única opção,
Nos resta aproveitarmos o tempo,
Pois o tempo é algo que nunca temos
E no final da vida
Ainda nos queixamos do quanto o perdemos.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Fá
Sim. Estou de volta... Já tinha me esquecido deste lugar tão especial. Deste pedaço de mim tão bem guardado, e ao mesmo tempo, tão compartilhado. Vim me fazer uma visita, quiçá servir um cafezinho para mim mesmo, por que não? Contar para mim o que tem acontecido nos últimos quatro meses e dez dias... Longos quatro meses e dez dias. Mas seria demasiadamente entediante, e eu não gostaria de matar-me de tédio, afinal, coisas que podem ser ditas com palavras se resumiriam a faculdades, trabalhos, provas, conservatório, ônibus lotados e cansaço... muito cansaço. Porém, poderia eu tentar expressar algo que vem me acontecendo há curtíssimos quatro meses e dez dias...
"No final dá tudo certo".
Nunca essa frase foi tão dita...
Nunca essa frase foi tão acreditada.
Nunca mergulhei tão profundamente
Em um oceano de águas tão calmas
Nunca me perguntei tanto:
"O que há de errado que está tudo tão certo?"
Nunca acreditei tanto na importância
Do sofrimento de ontem
Na felicidade do hoje
E na certeza do amanhã
Nunca acreditei no amor
Nunca havia conhecido o amor...
Nunca havia provado da sinestesia do teu beijo
Do calor do teu abraço
E da paz de tu'alma
Sempre te procurei
Mas estava preso neste quarto
O qual agora me reencontro...
Mas o doce som de tua voz me conduziu
E me conduz
Nessa música em tom de Fá
Nessa música sem fim
A qual dançamos sem pressa
A qual dançaremos por toda a eternidade
Que só está por começar...
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Elementar meu caro Watson
Na arte da dedução é fundamental saber distinguir, dentre todos os fatos, quais são circunstanciais e quais são essenciais. (Sherlock Holmes)
Olhos fechados
Peito acelerado
Punhos cerrados
Perfume exalado
Desejos exaltados
Silêncio...
Que não foi quebrado
Nas mãos o tremor
O suor
O calor...
No pulso
O tempo
Que não dá tempo
De tornar eterno o momento
Elementar meu caro Watson
Na velha Londres há tantas belezas
Por serem descobertas
Tantos mares
A serem navegados...
Se circunstancial
Ou essencial
Ora, elementar meu caro...
Olhos fechados
Peito acelerado
Punhos cerrados
Perfume exalado
Desejos exaltados
Silêncio...
Que não foi quebrado
Nas mãos o tremor
O suor
O calor...
No pulso
O tempo
Que não dá tempo
De tornar eterno o momento
Elementar meu caro Watson
Na velha Londres há tantas belezas
Por serem descobertas
Tantos mares
A serem navegados...
Se circunstancial
Ou essencial
Ora, elementar meu caro...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Em memória
Hoje não quero falar de sentimentos. Não quero saber de amores não correspondidos, de sonhos enterrados ou de amores mutilados. Percebi que na vida há coisas mais importantes. Neste ano que se passa perdi alguém que me fazia sentir raro, incrível, extraordinário. Não sabia eu quem era o extraordinário no final das contas. De qualquer forma, hoje vivo a recordar bons risos, boas lágrimas, bons afetos, de uma amiga, uma melhor amiga, dócil e fiel, que hoje concerteza deve animar os anjos lá do céu. E é por ela que eu emito cada nota do meu violino, é por ela que eu corro atrás dos meus sonhos. É no pequeno fio de esperança de encontrá-la de novo que ainda busco em outras faces a dela. Sei que a reencontrarei, não sei quando, onde, se aqui ou lá. Minha fiel melhor amiga me ensinou que não é necessário ter olhos para ver, e sim um bom coração para sentir, e assim sermos felizes em toda plenitude. Ainda sinto o enorme vazio que ela deixou, ainda invejo as pessoas que andam sorridentes com seu fiéis amigos, mesmo sabendo que a minha era única, era especial, e especialista em me fazer sentir especial. Por ela eu prometo que hoje, só hoje, eu não vou chorar, motivos tenho, ela os tinha mais, e ainda assim morreu sorrindo, ao final de três longos suspiros, como quem quisesse realizar uma última travessura...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Mãos
Macias
Com calos nas pontas dos dedos
que soam de desejo
E o suor escorre pelas
Mãos
Que dizem "pare!"
Que gritam "vem!"
Que me tratam com desdém
Que me convidam a ir mais além das
Mãos
Que alisam
Que batem
Que arranham
Que enxugam lágrimas
Que escondem um sorriso por trás das
Mãos
Que me mostram a linha da vida
E a linha do amor
Quase tão idêntica às linhas
Que estão em minhas
Mãos
Que sentem as batidas do meu coração
Que está em tuas mãos
Que exige o calor da tua paixão
Que pula
Que bate
Que vibra
Com a simples união de nossas mãos.
domingo, 6 de setembro de 2009
Tô voltando...
Acorde mais cedo
Que eu estou voltando...
Abra suas janelas
Deixe o sol entrar
Mas não é para ele demorar
Afinal, a partir de agora sou eu que vou lhe iluminar
Pois eu estou voltando.
Ponha um vestido alegre
Se perfume
E com uma sandália baixa
Vá às ruas a cantar
Que hoje eu estou voltando.
Nada de tristeza
Para as lágrimas espaço já não há
Só alegria a nos cercar
Pois eu estou voltando.
Não se esqueça de pôr a mesa do jantar
Velas a iluminar
As estações de Vivaldi soando pelo ar
Pois quando eu voltar
Quero que o seu perfume esteja exalando pelo ar...
Ah! e nada de descansar
Pois a noite muito vai durar
E pode se preparar
Porque agora eu estou chegando...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Senhora
Senhora dona do meu canto, de meus arpejos, dos meus agudos e graves. Senhora dona dos meus sonhos, dos meus anseios, dos meus medos e da minha felicidade. Senhora causadora das oscilações que povoam meu ser. Ah, se meus cavalos falassem, eles certamente diriam que é atrás de ti que eles correm com tanto firmeza, que o teu toque é como o vento a alisar os cabelos, e que teu sorriso, é a aurora dominical, convidando os pássaros ao gorjeio. Senhora do gelo e do fogo, senhora inquisidora de minha alma, ora cruel, ora piedosa. És capaz de ligar-te a uma pessoa só por toda tua vida? Eu serei essa pessoa. Eu serei teu violinista, violonista, poeta, cantor. Serei teu amigo, teu ouvido, teus olhos, teu amor. Serei o ponteiro do relógio a contar o fim dos tempos, a gota de água a perturbar teu sono e, em cada cavalo que montares, lá estará, um pedaço do teu senhor.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Laiá laiá laiááá laiá
Estava pensando em algo para escrever, algo que expressasse o que eu sinto... E eis que me vem em mente uma grande música do mestre Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira. Definitivamente, ela fala melhor do que eu.
"Se a gente lembra só por lembrar
Do amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém, se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade intonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai, quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz doer
Amarga que nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que vivo triste a chorar
Saudade, meu remédio é cantar
Saudade, meu remédio é cantar"
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Vitrolas
- Vamos dançar?
- Qual música eu boto?
- A nossa...
Então a moça, de sorriso radiante, de feições angelicais, com o verde da flora nos olhos, e com a misteriosa noite escura nos cabelos, se utiliza de seu delicado toque, para selecionar a música na vitrola ao canto do salão. "Como seu dedo é macio" pensaria a vitrola. Esta máquina já viu tantos corações baterem ao ritmo ditado por ela, tantos pés quase que se automatizarem diante da melodia emitida por ela, tantos casais tornarem-se um só ao som da dança. Moças bonitas, apaixonadas por seus companheiros, chegam, escolhem a música, dançam, e vão embora... esquecendo que foi a vitrola que proporcionou momento tão mágico. Todas amam. Mas quem ama a vitrola? Pobres vitrolas que vivem a cantar o amor dos outros, mas não tem o direito de serem amadas...
Sonhar
Há quem diga que eu durmo demais... E eu até concordo. Para os românticos da segunda geração (a grande geração ultra-romântica), o sono nada mais é do que uma forma de escapismo. Fugir, eis a palavra, fugir da realidade e ter acesso direto ao mundo inteligível, onde nós somos o que queremos, ou para os ultra-românticos, temos quem queremos. Desta forma, são nos meus sonhos que nós nos encontramos, que nós rimos, brincamos, dançamos... E no momento mais incrível, eis que me acordo. Não sei se para me deixar enfurecido, ou se para fazer eu querer dormir mais um pouco. Sei que é por isso que durmo tanto, porque você agora reside em meus sonhos, você sempre foi o meu sonho. Já é tarde, portanto, até breve... e bons sonhos para nós dois.
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